domingo, 27 de fevereiro de 2011

A escola austríaca e a refutação cabal do socialismo

Autor: Alceu Garcia

Introdução

O fracasso do socialismo como princípio de ordenamento social é hoje evidente para qualquer pessoa sensata e informada – o que exclui, é claro, os socialistas.
Estes, porém, insistem que o malogro coletivista foi um mero acidente histórico, que a teoria é fundamentalmente correta e que pode funcionar no futuro, se presentes as condições apropriadas.
Tentarei demonstrar nesse texto, recorrendo na medida das minhas limitações aos ensinamentos da escola austríaca de economia, que absolutamente não é esse o caso, que a teoria econômica (para não falar dos fundamentos filosóficos, éticos, sociológicos e políticos!) do socialismo é insustentável em seus próprios termos, e que esse fato os resultados calamitosos constatados pela experiência histórica são, e sempre serão, uma consequência inevitável de uma ordem (rectius: desordem!) socialista.
Não é preciso enfatizar a importância de se ter plena consciência da natureza perniciosa dessa corrente política e de suas funestas implicações, uma vez que em nosso país um poderoso movimento totalitário está muito próximo de tomar o poder.


O Erro dos Clássicos

O núcleo do pensamento econômico socialista está na concepção do valor como decorrente do volume de trabalho necessário para a produção das mercadorias, e isso não só em Marx como também em outros teóricos como Rodbertus, Proudhon etc.
Essa teoria do valor constitui a premissa elementar da qual a mais-valia e a exploração são deduzidas.

Marx, como se sabe, não inventou a teoria do valor-trabalho.
Ela foi exposta bem antes por Adam Smith e David Ricardo e, dada a autoridade desses mestres, ganhou foros de ortodoxia.
É difícil entender como esses dois pensadores notáveis, cujas descobertas foram realmente magníficas, puderam fracassar tão cabalmente justamente na questão crucial do valor.
Talvez por causa dos avanços das ciências naturais, que estavam revelando propriedades antes insuspeitadas nas coisas, eles acharam que era mais "científico" considerar o valor também como um atributo da coisa.
Vários pensadores antes de Smith já tinham tido o insight correto: o valor das coisas depende da avaliação subjetiva de sua utilidade.
O valor está na mente dos homens.

Hoje se sabe que os filósofos escolásticos e os primeiros economistas franceses, Cantillon e Turgot, haviam concebido uma teoria econômica superior em muitos pontos a dos clássicos britânicos, sobretudo quanto ao valor.
Smith e Ricardo, porém, puseram a economia na pista errada com uma teoria do valor falaciosa e, nesse aspecto, causaram um grave retrocesso no pensamento econômico.
Mas não por muito tempo.
Enquanto Marx e outros pensadores socialistas faziam da teoria objetiva do valor a pedra fundamental de sua doutrina, diversos estudiosos já tinham constatado o desacerto dessa teoria e, independentemente, buscavam alternativas.
Em todo caso, não seria exagero afirmar que Marx foi um economista clássico ortodoxo e que seus mestres, Ricardo em especial, podem ser considerados os fundadores honorários involuntários do socialismo "científico".

Por ironia, o "revolucionário" Marx foi um conservador extremado em teoria econômica, enquanto que os economistas "burgueses" austríacos empreenderam uma verdadeira revolução nesse campo científico.


A Redescoberta da Subjetividade do Valor

Vários economistas, entre eles o austríaco Carl Menger, chegaram basicamente a mesma conclusão que seus esquecidos antecessores pré-clássicos: o valor é subjetivo.
A teoria subjetiva do valor - ou teoria da utilidade marginal - resolve o problema satisfatoriamente, sem deixar lacunas.
O valor nada tem a ver com a quantidade de trabalho empregada na produção da coisa, mas depende de sua utilidade para a satisfação de um propósito de uma determinada pessoa.
A utilidade decresce à medida em que mais unidades de um dado bem são adquiridas, posto que a primeira unidade é empregada na função mais urgente segundo a escala de valores de cada um, a segunda unidade exerce a função imediatamente menos urgente etc.
Para um sujeito que já tem uma televisão, por exemplo, ter outra já não tem a mesma urgência – dito de outra forma, as tvs são idênticas, exigiram a mesma quantidade de trabalho na sua produção, mas não têm o mesmo valor.
Cada indivíduo tem uma escala de valores diferente, e o que é valioso para um pode não valer nada para outro.
Até para o mesmo indivíduo a utilidade – e daí o valor – de um determinado bem varia no tempo.
[Nota: Um bom exemplo é o do copo d´água para uma pessoa com sede, o primeiro copo tem grande valor, o segundo já terá um valor menor.]

Isto posto, é fácil verificar que os preços refletem a interação entre ofertantes e demandantes, cada um com sua respectiva escala de valores.
Compradores e vendedores potenciais expressam suas preferências no mercado, condicionadas por suas valorações pessoais e intransferíveis, e dessa interação surge uma razão de troca, um preço, que vai variando para igualar oferta e procura ao longo do tempo, de modo que em um determinado instante todos os que valoram o que querem adquirir (no caso a tv) mais do que o que se propõem a dar em troca (no caso um preço monetário x) conseguem comprar o produto.

O fabricante de tvs, segundo Marx, primeiro fabrica o produto e da quantidade de trabalho por unidade sai o valor e, consequentemente o preço.
Isso é precisamente o inverso do processo real.
Na verdade, o fabricante inicialmente faz uma estimativa de um certo preço que ele espera que atraia compradores e esgote o estoque – compradores que valorem mais a tv do que o dinheiro correspondente ao preço.
Em seguida ele calcula o custo de produção aos preços correntes e, se for suficientemente inferior à receita final prevista, aí sim ele contrata e combina os fatores de produção para obter o produto
.

Não é pois o trabalho ou de modo geral o custo de produção que determina o valor e o preço. É justamente o contrário: o preço projetado determina o custo de produção.

[Nota. Marx jamais entrou em uma fábrica, não tinha a menor ideia do que é a atividade de um empresário e de como de desenvolve um processo de produção. Marx era um leigo falando apenas movido pela sua ideologia raivosa contra a sociedade que ele odiava por motivos particulares.]


O Emaranhado de Falácias Marxistas

Visando definir o valor com mais rigor do que Ricardo e levar a teoria às suas últimas consequências lógicas, Marx acaba demonstrando involuntariamente a invalidade das proposições pertinentes.

Como seus antecessores, Marx distingue entre valor de uso e valor de troca.
Para ele, as trocas só ocorrem quando coincide a quantidade de trabalho empregada no que se dá e no que se recebe.
Só há troca, pois, nos termos marxistas, quando há coincidência de valor, que por sua vez é função do volume de trabalho despendido.
Ocorre que essa linha de raciocínio logo esbarra em um obstáculo insuperável: o trabalho é heterogêneo.
Na ausência de homegeneidade, não há como tomar o trabalho como unidade de conta e medida de valor.
Marx tenta superar o problema com os conceitos de trabalho "simples" e trabalho "complexo", fixando uma proporção entre eles, mas falha totalmente.
Como os preços flutuam, Marx decreta que essas variações são ilusórias; o real é um certo "preço médio" que equivale ao valor, que equivale ao volume de trabalho dispendido na produção do bem.

Ao procurar fugir da rede de falácias que vai tecendo, Marx incorre em uma óbvia petição de princípio que até hoje engana os ingênuos: a medida do valor seria a quantidade de trabalho "socialmente necessário" para a produção de determinada mercadoria.
Ora, só podemos saber o que é "socialmente necessário" investigando o que leva os indivíduos que compõem uma sociedade a valorar uma coisa o suficiente para que sua fabricação seja "socialmente necessária".
Porque mais cds de pagode são produzidos do que cds de música clássica?
Porque o pagode é mais "socialmente necessário" do que a música erudita?
Porque há muito mais gente que gosta de pagode do que os que preferem música erudita.

Fica claro que o que foi dado como provado, que o valor depende da quantidade de trabalho "socialmente necessário", é precisamente o que se necessita provar.

O que é "socialmente necessário"?
É aquilo que os indivíduos desejam.
Sendo assim, é evidente que temos que procurar o valor das coisas nas preferências individuais, não no custo de produção
.

Ademais, o trabalho não é o único fator de produção.
Marx evidentemente sabe que o trabalho sem o fator terra – os recursos naturais – é inútil e vice-versa.
Ele assevera que só o trabalho humano cria valor, pois a natureza é passiva.
Mas se o trabalho isolado é incapaz de criar valor, o que nos impede de afirmar que o valor depende da quantidade de recursos naturais "socialmente necessários" à produção disso ou daquilo?

Nessa ordem de idéias, mais lógico seria conceber o valor como função da quantidade de trabalho, terra, tempo e capital "socialmente necessários" para a produção de um bem.
No fim das contas, é isso mesmo que Marx faz no vol. III de O Capital, relacionando o valor ao custo de produção, contradizendo sua própria concepção do valor-trabalho exposta no vol. I.

Para a teoria subjetiva, todavia, não há mistério e não há exceções: o "valor de troca" não é função do trabalho ou do custo de produção, e jamais pressupõe igualdade de valor.
Se eu dou tanto valor ao que me proponho a trocar quanto ao que me é oferecido, simplesmente não troco !

Só há troca quando os valores são diferentes, quando cada parte quer mais o que recebe do que o que dá.

De fato, provando-se a falsidade da teoria do valor-trabalho, invalida-se inexoravelmente a exploração e a mais valia, e todo o edifício teórico deduzido dessa teoria desaba como um prédio do Sergio Naya.

Ademais, baseando-se na "lei de ferro dos salários", segundo a qual sempre que a remuneração do trabalho subisse acima do nível de subsistência os "proletários" aumentariam a sua prole, trazendo os salários de volta para o nível de subsistência original,

Marx assegurou que o capitalismo engendrava a miserabilização crescente do proletariado.
Trata-se de uma tese contraditória em seus próprios termos, vez que se a tendência fosse a de que a remuneração do trabalho permanecesse estagnada num patamar de miséria não haveria uma miserabilização "crescente", e sim uma "miserabilidade constante".

Na verdade, o padrão de vida dos trabalhadores não cessou de aumentar nos países capitalistas avançados, o que é o resultado natural da liberdade individual de maximizar a utilidade – o valor – nas trocas livres, voluntárias e mutuamente benéficas travadas no que se chama economia de mercado.
A conseqüente acumulação de capital investido per capita em grau maior do que o aumento demográfico da força de trabalho torna o trabalho cada vez mais escasso em relação ao capital – e os salários reais cada vez mais altos.
Marx, como é comum entre os intelectuais, odiava a divisão do trabalho.
Mas foi o aprofundamento da divisão do trabalho que permitiu o aumento da produtividade do trabalho e o consequente aumento do poder aquisitivo real dos salários.
O "alienado" operário que aperta parafusos na linha de montagem é recompensado pelo fato de que a produtividade do seu trabalho é tal que lhe permite adquirir produtos antes sequer existentes e ter um padrão de vida muito superior ao artesão autônomo do passado que controlava todo o processo de produção
.

Marx acreditava que a livre concorrência levaria a uma superconcentração do capital.
Na verdade, a concorrência força sem parar a redução de custos e preços, resultando numa melhor utilização de recursos escassos e os liberando para emprego em novas linhas de produção
.

Marx não distinguiu o capitalista do empresário.

Na realidade, capitalista é todo aquele que consome menos do que produz – que poupa.
Hoje nos países civilizados os trabalhadores são capitalistas e suas poupanças reunidas em grandes fundos de pensão e investimentos capitalizam empresas no mundo todo.
O empresário é todo aquele que vislumbra um desequilíbrio entre a valoração corrente de custos e preços futuros de um produto qualquer, e nele uma oportunidade de oferecer aos consumidores coisas que eles valoram mais do que o seu custo de produção.
A figura do empresário é insubstituível – o Estado não pode (não tem competência) exercer esse papel.
Isso os comunistas (e não apenas os comunistas!) puderam verificar na prática, para sua tristeza.

No sistema de Marx, como vimos, as trocas pressupõem igualdade de valor entre os bens negociados.
Acontece que, como demonstrado acima, as trocas pressupõem precisamente o contrário: desigualdade de valor.
Ou não há troca alguma
.

Assim, se a realidade se comportasse como na teoria de Marx, não haveria trocas.
Na realidade, ninguém trabalharia sequer para si mesmo, posto que tal envolve uma substituição de um estado atual considerado pelo agente como insatisfatório por um estado futuro reputado como mais satisfatório.
Quer dizer, até o trabalho autônomo envolve uma troca e valores desiguais.
O mundo de Marx seria povoado por seres autárquicos, autísticos e estáticos.
Um mundo morto
.
Não admira que os regimes socialistas sofram invariavelmente de uma tendência para a completa estagnação e paralisia da atividade econômica.


A Lei da Preferência Temporal

Outra descoberta fundamental, feita por um discípulo de Carl Menger chamado Eugen von Bohm-Bawerk, relaciona-se com a influência do tempo no processo produtivo.
Ele percebeu uma categoria universal da ação humana: as pessoas dão mais valor a um bem no presente do que o mesmo bem no futuro, posto que o tempo é escasso, e logo é um bem econômico.
Os indivíduos ao agirem elegem determinados fins e quanto mais cedo puderem alcançá-los, melhor.
Partindo desse axioma ele obteve a explicação definitiva do fenômeno do juro, e mais, que o juro nas operações de crédito financeiras é um caso especial de um fenômeno geral.

A produção demanda tempo; do início até a venda do produto há uma demora, sem falar no risco de o produto não ser vendido.
Ocorre que ninguém quer esperar até que a venda ocorra para receber sua parte no total – isso se a venda realmente acontecer, e o preço for recompensador.
Os proprietários dos fatores de produção - os trabalhadores, os proprietários do espaço alugado, os fornecedores de insumos, os donos dos bens de capital – querem receber logo sua parte sem partilhar dos riscos.
Dito de outra forma, eles preferem bens presentes a bens futuros.
Mas os bens presentes sofrem um desconto.
Daí receberem menos agora do que receberiam no futuro.
Ficam livres do risco, que é assumido pelo empresário e pelos poupadores que lhe outorgaram seus recursos.

A parcela que um determinado trabalhador agrega ao produto final – o valor do produto marginal, como dizem os economistas – pode ou não ser remunerado integralmente.
Há frequentemente casos em que o trabalhador recebe mais do que produziu, quando o preço não cobre os custos, o que não tem explicação pela teoria marxista.
[Obs. explicando melhor, se um trabalhador produz 1000 parafusos, e recebe 1000 reais pelo seu trabalho, mas, o empresário que esperava vender os 1000 parafusos por 1200 reais não consegue vender os parafusos, e depois de algum tempo, pra ter dinheiro na mão pra pagar as contas do mês, é obrigado a fazer uma "liquidação" e vender os parafusos por 800 reais... o trabalhador recebeu um valor maior do que produziu.]

O capitalista paga a mais-valia ao proletário !
O que é certo é que na economia de mercado há forças operando incessantemente para igualar o salário ao valor do produto marginal.
Tanto o lucro quanto o prejuízo são sinais de desequilíbrio.
As perdas significam que os compradores não valoram um determinado bem mais do que o dispêndio mínimo corrente para produzi-lo.
Os trabalhadores estão recebendo mais do que o seu trabalho produz.
O empresário tem que reduzir custos para reduzir o preço do seu produto, ou quebra.

O lucro significa que os consumidores valoram um dado bem a um dado preço mais do que o custo de produzi-lo.

Os trabalhadores estão recebendo menos do que o valor do produto marginal.
Isso quer dizer que os compradores querem mais desse produto.
O retorno alto atrai a concorrência, o que aumenta a demanda por fatores de produção – trabalho incluso – e faz cair o preço pelo aumento da oferta do produto.
A taxa de lucro baixa e os salários tendem a igualar o valor do produto marginal, descontada a taxa social de preferência temporal - o juro.

Marx nunca compreendeu – ou não quis compreender - que o empresário é um preposto dos consumidores e que são estes quem determinam indiretamente o nível de remuneração dos fatores de produção – salários inclusos.
A tarefa dos empresários é satisfazer os caprichos dos consumidores.
Nessa função ele deve assumir riscos pois o futuro é sempre incerto
.

Nota-se, pois, o absurdo da condenação da produção "para o lucro" pelos marxistas vulgares e sua veneração pela produção "para o uso".
Sucede que toda produção sempre tem por fim o consumo, i.e., o uso.
A produção não é um fim em si mesmo, e sim um meio para se alcançar um fim: o consumo.
O lucro e as perdas monetários são sinais fundamentais que orientam os empresários a organizar eficientemente a produção de modo a satisfazer os usos mais urgentemente desejados pelos usuários (presupondo-se a ausência de privilégios concedidos pelo governo aos produtores em detrimento dos consumidores, tais como tarifas, monopólios, subsídios, licenças etc).

A lei da preferência temporal exerce um papel determinante no processo produtivo.
Se todos os proprietários de fatores (os empregados donos de sua força de trabalho, os fornecedores de insumos, o proprietário do espaço onde a fábrica ou loja se situa, os capitalistas) decidissem partilhar do risco e aguardar até a efetiva venda do produto final total para então dividirem pro rata a receita total, todos eles seriam empresários.
Como porém, o ser humano prefere o mesmo bem agora do que no futuro (que é sempre incerto), surge a necessidade social de que um indivíduo, ou grupo de indivíduos reunidos (empresa), exerça essa função empresarial, que é absolutamente indispensável para o progresso da sociedade.
O empresário, assim, paga agora aos proprietários de fatores com bens presentes em troca de receber os mesmos bens (dinheiro) no futuro, correndo o risco de não receber.
Esse desconto dos bens presentes em termos de bens futuros, como já assinalado, é o que se chama de juro.

Conclusão

Provar que na economia de mercado não existe mais-valia nem exploração, todavia, não é o mesmo que dizer que a exploração não existe.
Existe.
Ela ocorre quando somos forçados a dar alguma coisa em troca de nada, como, v.g., no caso dos tributos recolhidos pelo Estado.

O Estado é a máquina perfeita de exploração.

E o marxismo, por conferir um poder absoluto ao Estado, é o veículo insuperável da exploração sistematizada.
A doutrina socialista por ser intrinsecamente falsa leva inevitavelmente a uma perversão e inversão do sentido das palavras, como notou Orwell – por ironia ele mesmo um socialista convicto.
Liberdade é escravidão e escravidão é liberdade; democracia é ditadura e ditadura é democracia; cooperação voluntária é coerção e coerção é cooperação voluntária
.

O Estado socialista é dono de tudo, o que traduz a triste realidade de que os que comandam o governo são os senhores implacáveis, os proprietários absolutos dos comandados.
Socialismo é mais do que uma restauração da escravidão; é seu aperfeiçoamento e culminância.

Vale lembrar ainda que a análise supra vale para qualquer espécie de socialismo, seja o comunismo (socialismo de classe), nazismo (socialismo de raça) ou fascismo (socialismo de nação).

Tudo o que foi exposto aqui é conhecido há décadas.
Contudo, pouca gente sabe pois a intelligentsia de esquerda bloqueia a sua divulgação.
É uma vergonha, pois uma das tarefas principais dos intelectuais – os que se dedicam ao estudo das idéias – deveria ser justamente a de esclarecer a sociedade a respeito das idéias certas a serem adotadas para o bem comum, e advertir do perigo de se aceitar teorias erradas.
Mas não é isso que acontece, infelizmente.
Parece que os intelectuais sofrem de uma propensão irreprimível para o socialismo, certamente porque nele vislumbram a chance de empalmar o poder absoluto em causa própria.

Em termos marxistas, o próprio marxismo não passa de ideologia, a falsa consciência, que uma classe – a intelligentsia – difunde em função de seus próprios interesses.
Essas falsas idéias se propagam e iludem – alienam – as futuras vítimas da classe "revolucionária".
É um dever inadiável de todo cidadão consciente denunciar esse esquema podre, desmascarar a falácia socialista e esclarecer a opinião pública na medida de suas possibilidades.



TEXTO COMPLEMENTAR

A teoria do valor e o mito da mais-valia
Escrito por João Luiz Mauad



Parte do texto colocamos a seguir.

Foram os liberais austríacos que derrubaram a teoria do valor-trabalho de Smith e Ricardo, demonstrando, por tabela, que a base sobre a qual Marx ergueu a tese da mais-valia e tudo que dela deriva, inclusive – e principalmente – a existência de um conflito de classes inexorável (que povoa ainda hoje os sonhos revolucionários de um monte de gente), é uma tremenda furada.
A "revolução" austríaca está, basicamente, no “insight” de que a pedra angular da teoria econômica é a avaliação (individual) subjetiva.
Fiquemos com uma síntese de Murray Rothbard:

"A ciência econômica não trata das coisas ou dos objetos materiais.
Ela analisa os atributos lógicos e as conseqüências da valoração individual.
Evidentemente, as "coisas" fazem parte do problema, já que não pode haver valoração sem que existam objetos a serem valorados.
Entretanto, a essência e a força propulsora da ação humana – e, portanto, do mercado – são as avaliações dos indivíduos.
A ação humana é resultado de escolhas entre alternativas, que refletem valores, ou seja, preferências individuais."

Resumidamente, o que os austríacos fizeram foi demonstrar que o valor de troca dos bens é função de parâmetros outros, que não apenas os custos diretos dos mesmos e, muito menos, a quantidade de trabalho neles embutida, como inferiu equivocadamente Adam Smith.

Dentre outras coisas, mostraram que, se o valor dos bens dependesse exclusivamente do seu custo, circunstâncias como escassez, abundância, utilidade ou preferências subjetivas não teriam qualquer relevância na formação do valor de troca e, conseqüentemente, nos preços dos bens.
Um diamante bruto, achado ao acaso, por exemplo, jamais poderia valer mais do que, digamos, um par de sapatos ou uma bisnaga de pão
.

O valor subjetivo que atribuímos às coisas varia em função de diversas circunstâncias, como clima (invernos amenos costumam fazer encalhar coleções inteiras), estado psicológico do consumidor (euforia ou depressão), etc.
Quem nunca notou, por exemplo, que é muito mais difícil resistir àqueles lindos salgados da vitrine de qualquer boa padaria antes do almoço do que depois dele?
Por conta desse detalhe simples, famílias precavidas e econômicas estabelecem como norma que as compras do supermercado sejam feitas somente de barriga cheia, a fim de evitar que as guloseimas expostas nas prateleiras se transformem em tentações irresistíveis.

Ademais, se a satisfação do comprador ou a escassez de determinado produto não tivessem qualquer interferência na formação do valor de troca, como desejava Marx, nenhuma empresa jamais teria problemas para vender seus produtos, bastando ofertá-los no mercado a preço de custo, mais uma módica margem de lucro e os clientes fariam fila na sua porta. Até mesmo a venda de geladeiras para esquimós seria possível e lucrativa, já que as necessidades e preferências do consumidor não teriam qualquer peso.

Partindo da premissa de que havia um componente subjetivo na formação de valor de todos os bens, os economistas austríacos desenvolveram também o que se convencionou chamar de "teoria marginalista", ou "lei da utilidade marginal decrescente", a qual, resumidamente, estabelece que "cada unidade extra de um determinado bem proporciona menor benefício subjetivo que a unidade anterior". Imagine um homem perdido no meio do deserto, sedento e cansado.
Ele provavelmente seria capaz de pagar uma fortuna ao primeiro "capitalista" que aparecesse em seu caminho para vender-lhe uma simples garrafa de água gelada, mas não pagaria o mesmo valor por uma segunda e assim sucessivamente.

Em resumo, o preço de venda de qualquer bem depende da avaliação subjetiva que tanto compradores quanto vendedores fazem dele, e não apenas do custo de produção nele embutido e, muito menos, do tal "valor-trabalho".
Se entro numa loja e compro um par de sapatos é porque valorizo mais o produto do que o dinheiro pago por ele, enquanto o comerciante valoriza mais o dinheiro do que a mercadoria.
Quem quer que já tenha precisado vender com urgência um bem de menor liquidez (imóvel, veículo, etc.) sabe que o valor que atribuímos a ele se reduz à medida que o tempo se esgota.

De tão óbvias e elementares que são as evidências acima, a impressão que se tem é que os acadêmicos marxistas e sua profusão de acólitos são viajantes do tempo.
É como se eles não fossem do presente, mas seres do passado.
Em matéria de economia, estão ainda na pré-história.
Comparando com a astronomia, por exemplo, eles seriam de uma era anterior a Galileu.


***

TEXTO COMPLEMENTAR


Um exemplo do "mundo imaginário" em que os seguidores do marxismo vivem podemos encontrar no texto abaixo:

Elementos básicos da teoria marxista do valor

Autor: Dr. Reinaldo Antonio Carcanholo
Professor do Mestrado em Política Social
Universidade Federal do ES[/b]
Brasil

http://www.unicamp.br/cemarx/ANAIS%20IV%20COLOQUIO/comunica%E7%F5es/GT1/gt1m2c4.pdf


Em um dos parágrafos o cara diz o seguinte:

"Em última instância podemos dizer que as variações desse real poder de compra são
determinadas pelo jogo da oferta e da demanda.
Assim, dentro desses limites, não seria errado afirmar que, para Marx, os valores de troca e, em particular, o preço de uma mercadoria determina-se pela oferta e demanda."
!!!

Os "intelectuais' marxistas estão cada vez mais grotescos.


***


Sobre o que é JURO

Fico admirado com as discussões sobre o que vem a ser o juro !

Pô ... qualquer pessoa que já aplicou em um CDB em um banco sabe o que é juro !

Sei que essa discussão é por causa das mirabolantes falácias inventadas por Marx para chegar a mais-valia, que nada mais é que juro !

Mas, como dissemos, quakquer pessoa que já fez uma aplicação bancaria sabe o que é juro, e sabe tb que o banco não lhe paga juro por nada.
O banco paga juro para o aplicador pq o banco irá emprestar esse dinheiro para um empreendedor (capitalista para a ignorância marxista), esse empreendedor pode ser um lojista descontando duplicatas ou pode ser o dono de uma fábrica precisando de dinheiro para comprar uma máquina nova para sua linha de produção.
Pode ser tb o dono de uma fábrica pegando dinheiro emprestado para pagar o salário de seus trabalhadors (capital de giro).

Obviamente o empreendedor, o dono da fábrica, o capitalista, vai pagar juro ao banco.

E como o empreendedor vai poder pagar esse dinheiro emprestado mais o juro ?
Colocando essa despesa na composição do preço da sua mercadoria evidentemente.

Então, o preço da mercadoria será composto pelo salário pago ao trabalhador, pelo prolabore pago ao dono da fábrica, pelos custos de produção, e por um fator extra que pode ser chamado de lucro, de mais-valia, ou de juro (é tudo a mesma coisa), e será destinado pelo dono da fábrica para pagar o banco.
Assim funciona uma economia liberal de mercado livre que tem por princípio o crescimento econômico através de INVESTIMENTO.

O juro é O MOTOR desta economia, é o juro que propicia a componente fundamental dessa economia, O INVESTIMENTO.
Sem investimento não existe crescimento econômico, o que se conclui que sem o juro a economia entraria em estagnação pois não existiria capital para investimento.

A ignorância marxista não percebeu essa coisa básica, e deu ao juro (ao lucro) uma qualificação odiosa, a mais-valia, pobreza mental... o juro não é maldade, o juro, ou lucro, EM UMA ECONOMIA LIBERAL DE MERCADO LIVRE, é apenas o principal mecanismo que faz girar a engrenagem da produção, que renova continuamente a economia através do investimento, o resultado disso é o progresso econômico.



***


A refutação do marxismo pela escola austríaca de economia - resumo.

Estava relendo este tópico e realmente o seu conteúdo é de inestimável valor!
Falta nele a descoberta de Mises do porque da inviabilidade econômica do socialismo, que devido a não existência do mercado não existe sistema de preços, a não existência de preços impede o planejamento econômico na produção, sem o sistema de preço para avaliar a necessidade do povo de bens e serviços fica impossível planejar a economia.
Vou ver se acho o texto de Mises sobre esse assunto para colocar aqui.

Mas, vou fazer um resumo do que existe neste tópico e que é o cerne da refutação da teoria marxista pelos economista austríacos, mas, lembro q é só uma síntese, é necessário ler todo o texto e se possível toda a obra deles.


Primeira prova:

Os economistas austríacos mostraram que Marx se contradisse no Volume III de o O capital.
No Volume I Marx decretou que o valor era dependente do "trabalho socialmente necessário" (TSN).
Porém, no Volume III mudou de opinião e disse que o valor era dependente do custo de produção.
Os economistas austríacos provaram que não é nem um nem outro, o valor depende unicamente da importância dada a mercadoria pelo consumidor.
Uma TV para uma família que não tem TV tem grande valor, uma segunda TV vale menos que a primeira, e a terceira nem será comprada porque provavelmente a família tem outras prioridades.


Segunda prova:

Marx baseia sua teoria na suposição de que toda troca implica em valores iguais, isto é, para que exista troca segundo Marx é necessário que:
valor da mercadoria A= valor da mercadoria B
Ou mais exatamente:
TSN despendido na mercadoria A = TSN despendido na mercadoria B

Só que isso é um absurdo lógico.
Seria o mesmo que trocar 6 por meia-dúzia.

Duas pessoas não vão trocar por exemplo um mesmo CD da Madona, não trocariam porque eles teriam exatamente o mesmo valor !
Mas, um CD da Madona por um da Lady Gaga que ambos não possuem seria trocado fosse qual fosse o preço pago por cada um.
Só existem trocas de coisas com diferentes valores.


Terceira prova:

Marx não distinguiu o capitalista do empresário.
Na realidade, capitalista é todo aquele que consome menos do que produz – que poupa.
Qualquer pessoa que tenha 500 reais na poupança é capitalista.
Empresário é aquele que vai criar coisas a partir do investimento obtido junto ao capitalista.
Os grandes empresários não constróem coisas para o capitalista, constróem para a multidão.
Quando uma grande fábrica fabrica 1 milhão de calças jeans esse produto é destinado ao uso do povo e não do capitalista.
Foi por isso que o sistema liberal (capitalismo) conseguiu melhorar a qualidade de vida do povo nos países desenvolvidos e não piora-la como Marx previa.


Quarta prova:

As pessoas dão mais valor a um bem presente do que a um bem futuro.
Com essa descoberta os economistas austríacos explicaram a origem do juro!

Os trabalhadores de uma fabrica não querem esperar a venda da mercadoria que fabricaram para receberem por seu trabalho...
Eles querem o dinheiro agora, após o térmico do trabalho, ou ao final do mês, pouco se importam se o dono da fábrica vai conseguir vender a mercadoria...
Esse é um risco do empresário que o trabalhador não quer correr.

Uma pessoa não prefere guardar dinheiro por 2 anos até que tenha o valor para comprar um carro a vista, ela prefere ter o carro agora, mesmo não tendo dinheiro, e ir pagando por 2 anos.
Evidentemente o carro se fosse a vista custaria por exemplo 20 mil, mas, se for a prazo vai ter um acréscimo correspondente ao risco de quem está bancando a venda - esta é a origem do juro.
O juro existe porque as pessoas preferem ter a mercadoria no presente porque o futuro é incerto, e devido a essa incerteza existe um risco para quem bamca essa preferência.

Então, não existe mais-valia, existe o juro devido ao risco, quando o empresário paga o salário do trabalhador ele esta assumindo um risco, ele não sabe se vai vender a mercadoria por um preço que cubra seus custos de produção, a mercadoria pode encalhar e o empresário será obrigado muitas vezes a vende-la por preço menor que os custos de produção para não falir.
Em todas empresas que tem prejuízos por mercadorias encalhadas o trabalhador recebeu a mais por seu trabalho em fabrica-las.

*

Isso não quer dizer que a exploração não exista, a exploração existe quando somos forçados a dar alguma coisa em troca de nada, como no caso dos impostos recolhidos pelo Estado.
O Estado é a máquina perfeita de exploração.
E o marxismo, por conferir um poder absoluto ao Estado, é o veículo insuperável da exploração sistematizada.


***


O cálculo econômico em uma economia socialista é impossível.

Mises em 1920 demonstrou a impossibilidade de se utilizar o cálculo econômico racional em um sistema econômico socialista.

No socialismo não se pode fixar os preços dos bens de capital.
Sem o mercado não há formação de preços e sem formação de preços não pode haver cálculo econômico.
Sem preços não se pode determinar com rapidez e exatidão onde existe escassez de mercadorias e quais são as mercadorias escassas.
Mises argumentou que o mecanismo de formação de preços só era possível mediante as relações de trocas de bens produzidos sob um sistema onde existe a propriedade privada.


Marxistas tentaram "refutar" essa demonstração de Mises mesmo sendo ela uma evidência fatual.

O marxista romeno Abba Lerner e o polonês Oskar Lange tentaram refutar Mises construindo um modelo artificial em que existia formação de preços sem mercado!
Em sua argumentação os marxistas supunham que existia uma equivalência entre economia planificada e de livre mercado quanto à alocação de recursos.
Evidentemente a demonstração "prática" do modelo os marxistas a fizeram em cima de uma mesa e não dentro de uma empresa.

O modelo marxista foi refutado por Von Hayek em seu livro "Caminho da Servidão".
Hayek demonstrou que na prática o planejamento burocrático socialista jamais poderia ter todas as informações necessárias para tomar uma decisão correta.
Hayek demonstrou que o esquema dos marxistas era estático e não funcionaria no mundo real que é dinâmico.
Não existe nada mais rápido e eficiente que o mercado, se uma mercadoria fica escassa o preço sobe, e vice-versa.

Atualmente existem marxistas que em uma desesperada atitude querem atribuir o progresso da China como sendo "planejamento socialista", o que é apenas delírio, a China instituiu a propriedade privada e a livre concorrência com sistema de preços real de mercado na sua economia, na China atual existem Bolsas de Valores, a China abriu as portas para o capital e tecnologia estrangeira que ela jamais teve, e apenas com isso a China pode sair da miserável condição socialista em que vivia.

A seguir coloco duas palestras muito boas sobre o assunto.

http://vimeo.com/13769236.
http://vimeo.com/13770323


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"Marx é inquestionável !?"

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